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Triste Fim de Policarpo Quaresma

quarta-feira, 10 de julho de 2013
Major Policarpo Quaresma, funcionário público, patriota. O amor pela pátria muda sua vida completamente e tudo o que ele faz é para tornar o Brasil reconhecido, não só exteriormente como também aos próprios brasileiros, tenta mostrar a todos o quão maravilhoso é o país.

Mesmo com o patriotismo excessivo, ninguém nunca impediu suas ideias e seu amor pela pátria, ninguém jamais acreditou que ele fosse um louco, até que tudo isso mudou. Major Quaresma é internado num hospício após sugerir que o idioma oficial do país passe a ser o Tupi.

Depois de alguns meses internado, Policarpo é finalmente liberado e resolve mudar de vida: compra o "Sossego", um sítio em uma outra cidade e assim começa a viver no campo, ganhando a vida com aquilo que a terra lhe proporciona. Até o dia que passa a apoiar o marechal Floriano na Revolta Armada e é na busca em proteger o seu país que Major Policarpo Quaresma tem seu fim.
Era pra eu ter lido esse livro bem antes de ler Céu de Origamis, mas graças à minha curiosidade ele acabou ficando para as férias. Eu descobri o livro quando vi essa foto e eu achei a frase mais incrível do mundo, de verdade, e quando fiquei sabendo o nome do livro procurei muito na prateleira da minha escola.

Eu demorei bastante tempo escolhendo uma capa pra levar, algumas estavam bem acabadinhas, sem contar o enorme número de edições que esse livro tem desde a sua puplicação. Quando estava desistindo de encontrar uma capa conservadinha, encontrei essa e me apaixonei por ela. Eu já tinha visto outros livros da Viagem Nestlé pela Literatura me encantei pelas capas de cada um e a de Triste Fim não foi diferente.

A única coisa que não colaborou muito na edição foi o tamanho da fonte, ela não é tão pequena mas, graças ao meu problema de vista, tive que fazer um esforcinho pra ler e a vista ficou cansada. Tirando a minha cegueira, toda a edição do livro é boa e essa arvore -é um coqueirinho?- deixou tudo mais fofo e bem simples e combinou muito com as cores do livro, na frente é um degradê verde e atrás é roxo, uma boa cominação de cores.

Como o livro foi publicado em 1915, algumas palavras são bem diferentes e eu não entenderia se não fosse pelas notas no fim do livro. Mas da mesma forma que elas ajudam na compreensão também atrapalham um pouco, é bem chato ter que ficar indo no fim do livro toda vez que não entender uma palavra.
Triste Fim de Policarpo Quaresma se tornou um dos meus livros favoritos, mesmo que em algumas partes seja bem cansativo de ler, é uma leitura necessária.

Policarpo Quaresma é um sonhador que, com toda a sua ingenuidade, acredita que pode mudar o país e faz isso até o ultimo dia de sua vida. Um homem puro de coração que não desejaria mal a ninguém acaba sendo vítima da burocracia e da injustiça dos seus amados irmãos de pátria.

Lima Barreto descreveu o Brasil não apenas no início da Republica, mas o Brasil atual e, na minha opinião, todos os brasileiros deveriam ler ao menos uma vez o livro e assim abrir os olhos para a realidade do país. Onde obedecer ordens de um sistema opressor, mesmo sabendo que sejam injusta, é mais importante do que salvar a vida de pessoas inocentes.

Preciso dizer que o livro veio em momento certo, com a onda de protestos que estava acontecendo, foi bom ler algo que mostrasse mais sobre o país e ver que não é só nos dias de hoje que tentamos construir do país um lugar melhor e mais justo; bem antes de nós já existia um homenzinho simples mas com ideias nada simples que sonhava com um país melhor.

Major Policarpo Quaresma, é um exemplo de brasileiro e a sua história precisa ser lida e relida. Um dos melhores livros que eu li esse ano e me abriu os olhos para o meu país, me fez perceber que pouca coisa mudou desde então. Não só recomendo a leitura, como também digo que todos devem ler esse livro. Nunca é tarde demais para conhecer e tomar a causa de Quaresma para si e mudar o país.

Autor: Lima Barreto
Número de Páginas: 213
Editora: Fundação Nestlé de Cultura


  • Sobre o Autor:
Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 - Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários brasileiros. Era filho de João Henriques de Lima Barreto (mulato nascido escravo) e de Amália Augusta (filha de escrava agregada da família Pereira Carvalho). O pai foi tipógrafo. A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1° a 4° séries. Ela morreu cedo e João Henriques trabalhou muito pra sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado ao Visconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. Talvez as lembranças saudosistas do fim do período imperial no Brasil, bem como suas remotas lembranças da Abolição da Escravatura na infância tenham vindo a exercer influência sobre a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano. (Fonte)


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