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O Alienista

terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Na Manhattan da década de 1890, um assassino em série está à solta. Com uma grande habilidade, ele rapta garotos de programa e os assassina de uma forma cruel sem deixar rastros.

Theodore Roosevelt, na época comissário da polícia de Nova York, procura uma solução para o caso, mas nem a polícia ou a imprensa parecem interessados em imigrantes que se prostituem mortos. Mesmo sendo contra a lei, o comissário cria uma equipe secreta responsável pela solução do caso.

A equipe formada por Laszlo Kreizler, um alienista (psicologo); John Moore, um repórter policial; Sara Howard, secretária de Theodore; e os sargento-detetives Lucius e Marcus Isaacson, não descansará  até encontrar o responsável pelas mortes dos garotos. Após cansativos estudos de psicologia, a equipe cria o perfil psicológico do homem em buscas de respostas para seus atos e para detê-lo antes que mais um garoto perca a vida. Mas isso será mais difícil do que os "detetives" possam imaginar.
Tati apaixonada por essa lombada.
Logo após a morte de Theodore Rosevelt, John Moore, um antigo amigo e jornalista policial do Times, em memória ao amigo, resolve trazer à tona um dos casos mais bizarros ocorridos em Nova York que, graças ao incentivo de Roosevelt, foi solucionado, mas jamais divulgado na mídia.

O ano é de 1896, quando as pessoas que sofriam de doenças mentais eram consideradas "alienadas", não apenas do resto da sociedade, mas também de suas próprias naturezas. Os especialistas que estudavam esse tipo de pessoa eram, por isso, conhecido como alienistas.

No dia 3 de março de 1896, John é acordado às duas horas da madrugada com batidas em sua porta.  Ao atender se depara com Stevie Taggert, cocheiro do Dr. Laszlo Kreizler, que sem muitas explicações, leva Moore para a cena de um crime que ficaria em sua memória para sempre. Diante de seus olhos se encontrava um garoto vestindo roupas e usando maquiagens de uma mulher, com o corpo cruelmente mutilado e os olhos arrancados.

Como nem a mídia e nem a polícia se sentem interessadas em solucionar o caso de um imigrante com uma profissão indigna assassinado, Roosevelt permite que seu amigo alienista Laszlo Kreizler, que estuda o comportamento de assassinos e pessoas perigosas, ponha em prática o seu conhecimento e teorias para que, junto de Sara; John e os irmãos Isaacson, possa capturar o assassino antes que esse faça mais vitimas. 
"Todos os perigos que enfrentáramos naquele dia — mais do que isso, todo o horror da nossa investigação — perdiam o significado, enquanto Laszlo revelava suas esperanças pessoais para o futuro. Era o tipo de conversa a que ele não estava acostumado, e bastante difícil, sob muitos aspectos; mas eu nunca o vira falar e parecer tão completamente humano quanto naquela viagem de trem."
Com uma narrativa lenta mas envolvente, acompanhamos na maior parte do livro as teorias de cada membro da equipe e os caminhos que levaram o assassino a se tornar tão cruel com suas vítimas, com todos os seus recursos e conhecimentos a equipe cria um retrato imaginário do assassino que os ajudará a entende-lo melhor. 

Se vocês puderem, leiam esse livro, sério. Eu nunca imaginei como seria um romance policial ou uma caçada a um serial killer sem nenhum aparato tecnológico dos dias de hoje e O Alienista apareceu pra me mostrar que dessa forma tudo ficou mais emocionante. Sou viciada em séries policiais que usam toda a tecnologia possível para solucionar um caso, quase morri de agonia depois de ver que em 1896 não era permitido nem mesmo usar as digitais para identificar um assassino.  

Logo me consolei com a falta de tecnologia quando a equipe colocou a mão na massa e mostrou que não existe maior máquina que a mente humana. Devagar os detetives vão dando seus passos, que os aproximam cada vez mais do homem cujos crimes refletem o passado marcado por uma infância tumultuada e traumatizante. 

Os fatos e cenas de crimes descritos por John são realistas e muito bem detalhados, não recomendados para pessoas com um estômago fraco. Nosso narrador é apenas um repórter policial então chega a ser engraçado sua reação à tanto sangue e pessoas mortas e também é notável sua evolução com o decorrer da história. John se tornou meu repórter-detetive-amador preferido. 

Todos os personagens são ótimos mas, além de John, os que mais me chamaram a atenção também foi Kreizler e Sara. Kreizler por seu enorme profissionalismo e foco na investigação, varando noites estudando cada peça do quebra cabeça, ele leva o caso para o lado pessoal e não se cansa até que eles esteja solucionado. Sem contar ele é o único que entende mais e é formado em psicologia, foi ele quem fez a equipe dar os primeiros passos.

Já Sara é a secretária de Theodore que não perde a oportunidade de participar da investigação para ser a primeira mulher detetive de Nova York, como é a única mulher do time no começo os homens ficavam desconfortáveis e sem saber como tratá-la, mas logo ela se mostrou mais durona do que todos juntos e isso é muito engraçado.

Além de ser um emocionante romance policial, o livro trata também do meu outro assunto favorito: a psicologia. Como não era possível usar nenhum tipo de tecnologia, surgia teorias e mais teorias sobre quem era o assassino e que tipo de vida ele levou. E quando o perfil do assassino finalmente está pronto, é necessário estudar sobre suas vítimas e os locais dos crimes, sempre procurando uma ligação com seu passado. Então digo que esse livro me fez pensar muito e me ajudou a entender mais a mente humana, dei até uma de detetive e criei minhas próprias próprias teorias baseada nos estudos da equipe e, por incrível que pareça, acertei algumas.

O Alienista é um livro que exige toda a sua concentração para os mínimos detalhes, pois será nesses detalhes que se encontrarão as pistas que levarão a equipe até o assassino. Um livro que eu não exitaria em ler uma segunda vez, só pra ter certeza que não perdi algo e para reviver a emoção de ler sobre uma caçada onde cada minuto é crucial e custa a vida de um garoto.

Eu simplesmente amei o livro, a capa, os personagens, a lombada, os personagens, a história e o enredo impressionante. Vou recomendá-lo para todas as pessoas do mundo porque ele é fantástico e emocionante e acho que todos, principalmente os fãs de livros policiais, deveriam lê-lo.


Autor: Caleb Carr
Número de páginas: 511
Editora: Record

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